sexta-feira, 14 de novembro de 2008

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Correio Braziliense

16/06/2008

Taifeiros denunciam humilhações na casa dos generais

Motivado por um inquérito civil público aberto em abril pelo Ministério Público Militar em Santa Maria (RS), um grupo de taifeiros de Brasília denuncia situações de constrangimento, humilhações - como gritos e xingamentos, ameaças e punição - e abusos que teriam sofrido em residências de generais do Exército.

Embora sejam cozinheiros ou copeiros, eles afirmam que desempenham várias tarefas, como lavar o chão e vasos sanitários, fazer compras em supermercado, trocar roupa de cama e lavar até as calcinhas das mulheres dos generais.

O Comando do Exército também estaria atrasando a promoção dos taifeiros para garantir mão-de-obra gratuita na residência dos oficiais mais graduados.

O inquérito em andamento no Rio Grande do Sul visa apurar a regularidade da utilização de militares realizando “tarefas de cunho eminentemente doméstico” em residências de superiores hierárquicos.

Reunidos num grupo, na presença de um procurador militar, eles gravaram entrevistas descrevendo as situações que consideram de abuso e humilhação. Dois deles tiveram o depoimento ao Correio interrompido pelo choro. Relatam que vivem sob tensão, consumindo medicamentos controlados.

Todos eles trabalham ou trabalharam na quadra 102 Norte, blocos G e H, onde estão concentrados os apartamentos funcionais dos generais.

Eles mostraram fotografias em que aparecem em tarefas como passar roupa e limpar vasos sanitários. “As tarefas são limpar banheiro de general, lavar roupa. A roupa do general, da madame, dos filhos que moram com eles, com netos que moram.

Taifeiro lava e passa. Outra coisa: elas não arrumam cama. Quem arruma são os taifeiros. Raramente os generais têm alguma empregada doméstica.

Também vamos ao supermercado, empurrar carrinho da madame”, contou um taifeiro.

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